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Albânia... Uma viagem atribulada Parte 2

  • Foto do escritor: JB Travel
    JB Travel
  • 24 de fev.
  • 14 min de leitura

Atualizado: 15 de abr.

Albânia... Há tanto para contar sobre essa viagem maravilhosa! Começando pelas pessoas fantásticas que cruzaram o nosso caminho ao longo de 5 dias, passando pelas vistas e lugares de tirar o fôlego — que pareciam irreais —, às praias deslumbrantes de água quente e cristalina. Demos boleia aos locais para outras aldeias e cidades e, por fim, enfrentamos alguns desafios: o carro todo partido que nos deram no aeroporto e as dificuldades de conduzir em certos sítios. Mas, sem dúvida, foi uma viagem memorável.

Que comece a roadtrip pela Albânia


O João foi ao aeroporto buscar o carro, enquanto eu terminava o pequeno-almoço e arrumava as coisas no quarto para estarmos prontos quando ele chegasse.

Para nossa grande surpresa, o João chegou com um carro recente, mas bastante danificado. Ficamos a pensar: "Onde terão andado com este carro para estar neste estado?" Confesso que fiquei apreensiva sobre os locais por onde iríamos passar.

De acordo com o que já tínhamos ouvido e pesquisado sobre a Albânia, a condução seria um desafio. Primeiro, porque as estradas poderiam não estar em boas condições, sendo algumas de terra batida. Segundo, porque os albaneses são conhecidos por terem uma condução imprudente.


Com o carro a funcionar e o GPS ligado, iniciamos finalmente a nossa roadtrip pela Albânia. Começamos por visitar os dois locais que estavam no plano inicial. Embora não fôssemos pernoitar nem passar o dia inteiro a explorar, valeu muito a pena passar por lá.

A primeira paragem foi Vlorë. Durante o trajeto, avistamos castelos, salinas, mesquitas e rios.


Devido ao calor intenso, decidimos mergulhar antes de explorar a cidade. Paramos na praia mais próxima (Plazhi I Ri). Apesar do vento forte e desagradável que levantava areia, aventuramo-nos. A água estava surpreendentemente calma e agradavelmente quente. Ao retornar ao carro, notamos um bunker nas proximidades — algo comum por toda a Albânia.



Continuamos o nosso caminho para a "old town" de Vlorë, onde nos deparamos com um mercado que fazia lembrar os da Turquia. Obviamente, começamos por explorar o mercado antes de mais nada. Paramos junto à "loja" de um senhor muito simpático que trocou os nossos euros por lek e ainda nos ensinou a dizer "obrigado" em albanês (faleminderit).

(Como somos umas cabeças no ar, cinco minutos depois já não nos lembrávamos como se dizia.)

Mal começamos a explorar a Albânia, e as pessoas já nos surpreendiam pela positiva. Adoravam conversar e eram tão simpáticas e atenciosas que dava gosto falar com elas.

Naquele mercado, tudo era incrivelmente barato. Compramos cerejas a menos de 2€/kg e nectarinas a menos de 1€/kg.

Continuamos a nossa visita pela cidade encantadora — Vlorë era realmente linda. Saboreamos um gelado e, em seguida, procuramos um local para almoçar. Paramos num estabelecimento que servia gyros e pedimos para levar. Como ainda tínhamos de seguir para Borsh e depois para Sarandë, não podíamos demorar muito mais em Vlorë. Passamos por um supermercado perto de onde tínhamos estacionado o carro e compramos algumas coisas para a tarde, principalmente água engarrafada, pois é recomendada para beber. Almoçamos no carro.

O gyro estava delicioso- recomendamos!


Um facto interessante: naquela zona da Albânia, fala-se muito italiano.

Paramos numa bomba para pôr combustível. O senhor que estava a abastecer o carro não entendia bem inglês — na verdade, não entendia nada. Perguntou se falávamos italiano e, lá nos desenrascamos com os números nessa língua. Foi aí que ele nos ensinou a dizer "obrigado" em albanês (Faleminderit), algo que nunca mais esquecemos. Era um senhor tão simpático e conversador. Ainda conversamos um bocadinho com ele. São essas simples coisas que, do nada, criam as boas memórias.


Mal sabíamos que a parte mais encantadora da viagem estava para vir.

Seguimos viagem. O caminho era longo, com curvas e contracurvas, sempre a subir e a descer por entre as montanhas. Fomos passando por várias aldeazinhas. Encontramos tantos animais pela rua: galinhas a atravessar, burros e cavalos debaixo de árvores, bois a meio da estrada, ovelhas. Estávamos praticamente sozinhos na estrada; mal passava um carro.


A vista para as montanhas era tão encantadora que, após cerca de uma hora, avistamos uma grande pedra com a bandeira da Albânia pintada.

O local era tão tranquilo que decidimos parar o carro para explorar e apreciar a paisagem.

Ouvíamos algumas vacas ao longe.

Enquanto caminhávamos, de repente, um senhor começou a chamar-nos insistentemente. Ficamos um pouco apreensivos, então eu permaneci junto ao carro enquanto o João foi ao seu encontro.

Assim que o João se aproximou, o senhor apertou-lhe a mão, e percebi que estava tudo bem. O senhor ainda me chamou, mas preferi não ir. Em resumo, ele falava apenas grego, e entendemos muito pouco do que disse. No entanto, percebemos que ele queria tirar-nos uma fotografia junto à pedra e mostrar-nos aquela zona onde trabalhava, cuidando de vacas. Depois, ele acompanhou o João até onde eu estava, conversando continuamente. Tirou-nos uma foto, despediu-se com um grande sorriso e simpatia, e foi-se embora.

Duas coisas nos deixaram com pena: primeiro, não termos tirado uma fotografia com ele e, segundo, não termos entendido nada do que ele disse. Mas só a felicidade estampada no rosto dele já fez o nosso dia. Há momentos na vida que não se explicam, apenas se sentem, e esse foi um deles. Toda a frustração que ainda restava por termos perdido dois dias de viagem devido ao cancelamento do voo, desapareceu naquele instante. Partimos dali com a alma leve.


Próxima paragem: Borsh. Fomos fazer um pouco de praia e ficamos ainda mais encantados! A água era azul, limpa, cristalina e quente. Já estávamos prevenidos com aquashoes, pois as praias são conhecidas por terem muitas pedras. Pagamos 5€ por uma cama e passamos lá o resto da tarde. A praia estava vazia e sossegada — perfeita para recarregar energias antes de continuar a viagem até Sarandë, onde passaríamos os próximos dois dias.

Só lamentamos não ter passado mais tempo em Borsh. No plano inicial, era suposto acamparmos uma noite com vista para o mar, o que teria sido, certamente, uma experiência incrível. Ficamos com vontade de voltar para explorar mais e acampar em Borsh, tal como tínhamos planeado originalmente.

O caminho para Sarandë continuou sempre por entre as montanhas, com muitas curvas e contracurvas. Levamos bastante tempo até chegar aos destinos, pois o percurso era constantemente pelos montes. Pouco depois de sairmos de Borsh, paramos o carro para apreciar a vista. Como era de esperar, a paisagem era deslumbrante.


Contudo, nem tudo é perfeito por lá. Uma coisa que notamos, tanto ali como em Vlorë, foi a quantidade de lixo pelas ruas e não fazerem reciclagem.

Continuamos o nosso caminho e, ao chegar a Sarandë, deparamo-nos com muito movimento e trânsito. Dirigimo-nos ao alojamento que reservámos no Airbnb (Dreamy Pink Sand Saranda) para tomar um duche, jantar e passear um pouco.


Infelizmente, surgiu mais um desafio: o GPS insistia em nos guiar por ruas de sentido único e proibido. Levamos uma eternidade para chegar ao alojamento. Com o telemóvel na mão e o João a conduzir, tentávamos todas aquelas ruas, mas voltávamos sempre ao mesmo ponto.


Exaustos e supostamente perto do destino, decidimos estacionar onde foi possível e seguir a pé, desistindo de enfrentar mais ruas com sentido proibido. Mais tarde, iríamos buscar o carro.


Demos tantas voltas que ficámos fartos. Estacionámos, pegámos o essencial e, mesmo assim, demorámos mais um bocado a encontrar o alojamento. Mas lá conseguimos.

Ao chegar, fomos recebidos por uma casa acolhedora e adorável. Era toda decorada em tons de rosa, com a cama na parte superior e uma enorme rede suspensa onde podíamos deitar-nos e dormir.



Entretanto, o João conseguiu trazer o carro para um estacionamento ao lado da casa. Tomámos banho e saímos à procura de um bom restaurante para jantar.

A casa ficava a apenas 5 minutos a pé do centro. Passeámos um pouco numa avenida à beira-mar, explorando os restaurantes. Para uma segunda-feira, estava surpreendentemente movimentado. No mar, avistámos barcos temáticos repletos de luzes LED e música — pareciam discotecas flutuantes. Era um espetáculo verdadeiramente bonito.

Quando nos decidimos, voltámos para trás e comemos no primeiro restaurante que nos agradou (Fresco Fresh Fish Restaurant).

Não ficámos nada arrependidos — a comida era deliciosa. Saboreámos uma pasta e um risotto de camarão. Para nossa surpresa, tivemos direito a um espetáculo de fogo de artifício durante o jantar, vindo de algures nas proximidades.


Começámos a ver os barquinhos a sair do cais e dirigirem-se para o mar.

A noite estava tão agradável que apetecia dar um mergulho, mas optámos por dar mais uma voltinha e regressar a casa para descansar. Tínhamos de acordar cedo para apanhar o barco para Corfu (Grécia). Íamos passar o dia na Grécia e só voltar ao fim da tarde para Sarandë..

Acordámos muito cedo — em junho, amanhece às 5h da manhã. Percebemos que era demasiado cedo e tentámos dormir mais um pouco, mas sem sucesso. Às 7h30, já estávamos de pé, embora o barco para Corfu só partisse às 10h.

O João começou a preparar o pequeno-almoço. Tínhamos tempo, pois estávamos apenas a 5 minutos do porto.


Até a loiça naquela casa era bonita! Comemos, preparámos as nossas coisas para levar — muito protetor solar, comida, etc.

Saímos de casa, parámos num bar à beira-mar para tomar café e seguimos para o barco.

Cansados do dia em Corfu, com muito sol e muito calor, voltámos para Sarandë e fomos jantar a um restaurante (taverna Fish Filipi). Deixem-me dizer-vos que ficámos muito surpreendidos com tudo: o atendimento, a comida, simplesmente tudo.

Para começar, havia sopa de peixe no menu e, como adoro, pedi logo. Achando que poderia ser pouco e desconhecendo as porções, pedi também uma salada César. O João optou por uma salada grega e pasta de camarão. Fomos prontamente servidos com uma entrada cortesia da casa: pão torrado acompanhado de molho tzatziki e um molho de tomate.

Enquanto esperávamos pela comida, vimos a mesa ao lado ser servida. Esperávamos que aquela quantidade fosse para duas pessoas, pois caso contrário, não sabíamos como iríamos conseguir comer tudo o que tínhamos pedido.


Chegou o momento da verdade: a nossa comida começou a ser servida. Um grande prato de sopa, duas tigelas generosas de salada e um prato bem cheio de pasta. Que bom que não tínhamos comido quase nada da entrada!

Resumindo, a comida era toda maravilhosamente deliciosa.


O menu oferece tantas opções para todos os gostos e, o melhor de tudo, pagamos apenas 22€ por tudo. Certamente voltaremos lá um dia.

Caminhamos até casa, tomamos banho, arrumamos todas as nossas coisas e fomos descansar. No dia seguinte, iríamos para Ksamil, mas primeiro visitaríamos o fantástico Blue Eye.


Na manhã seguinte, quase não conseguimos tirar o carro do estacionamento devido à quantidade de veículos mal estacionados. Quando finalmente o conseguimos, deparamo-nos com outro desafio: um carro parado no meio da rua — o condutor estava a fazer compras, pois aparentemente qualquer lugar serve para estacionar. Ficamos à espera que retirassem o carro, o que demorou cerca de 15 minutos.

Finalmente, seguimos para o Blue Eye. A maior parte dos caminhos estavam em obras, outros eram de terra batida — algo bastante típico na região.


Já num caminho mais direto, fomos sempre acompanhados por um canal de água com uma cor surpreendente. O entusiasmo crescia a cada momento, pois a cor daquela água já nos dava uma ideia do que iríamos ver.

Chegámos e deparámo-nos com uma zona de estacionamento paga. No entanto, mais abaixo, encontrámos um local onde era possível estacionar gratuitamente. Fiéis à nossa natureza portuguesa, optámos pela opção gratuita.


Havia a possibilidade de alugar scooters para chegar ao Blue Eye, já que o percurso era considerável, mas decidimos ir a pé.

Mais adiante, descobrimos que era necessário comprar bilhetes para entrar — algo que desconhecíamos. A entrada custava cerca de 3€ para os dois, mas só tínhamos pouco mais de 1€ em dinheiro e cartão. Como a maioria dos locais não aceitava pagamentos com cartão, incluindo este, ficámos numa situação complicada.


Felizmente, o senhor na bilheteira aceitou o que tínhamos e permitiu-nos entrar. Tínhamos mais dinheiro no carro, mas teríamos de descer e subir novamente todo o caminho para o ir buscar.

Este gesto foi mais uma prova da bondade, humildade e compreensão dos albaneses, que nos impressionou profundamente.


Ao chegar ao Blue Eye, o nosso entusiasmo era palpável. À medida que nos aproximávamos, começámos a vislumbrar a água azul — parecia um cenário de filme, quase irreal. Era deslumbrante, encantador, magnífico. Tudo ao redor transmitia uma paz indescritível: a água azul cristalina, as inúmeras libélulas azuis que voavam por ali. Palavras não bastam para descrever o Blue Eye; as imagens falam por si — é simplesmente extraordinário.

Se existem lugares que parecem saídos de um sonho, o Blue Eye é certamente um deles.

Apesar dos vários avisos proibindo nadar, não resistimos a molhar os pés naquela água (alguns até se aventuraram a mergulhar) que mais parecia gelo de tão fria.

O Blue Eye é, sem dúvida, um dos locais imperdíveis da Albânia — uma paragem quase obrigatória para quem visita o país.

Passámos algum tempo explorando a área. Nas proximidades, havia uma espécie de bar com mesas — um local bastante agradável para relaxar.



O calor já começava a apertar. Parámos para pôr protetor solar quando passou um comboio que também faz idas e voltas ao Blue Eye. O regresso nesse comboio é gratuito. Quando passou por nós, perguntaram se queríamos entrar, mas acabámos por fazer o caminho a pé.


Chegámos a Sarandë e aproveitámos para fazer compras para levar para Ksamil e para almoçar. Eis um problema: não queríamos perder tempo num restaurante porque não queríamos chegar tarde a Ksamil, mas nos supermercados não havia comida rápida como sandes, saladas ou comida pronta. As opções eram fazer comida em casa ou comer em restaurantes.


Havia um café perto de onde estacionámos o carro. Comprámos uma baguete e comemos com batatas fritas e água que tínhamos comprado. Depois, seguimos para Ksamil.


Não falemos do problema que tivemos para chegar ao supermercado com o Google Maps — indicava sempre ruas de sentido proibido. Acabámos por parar o carro e ir a pé. O mais curioso é que depois vimos carros a circular em sentido contrário. Tivemos grandes dificuldades em conduzir dentro de Sarandë, tanto que explorámos sempre a pé.

Na descida para Ksamil, já nos encantávamos com a vista para o mar.


Primeiro, fomos deixar as nossas coisas no alojamento para depois ir explorar. Ficámos na Villa Mucodemi 1, que reservámos no Booking.

Era um sítio muito agradável, novo, bonito e, mais importante, com ar condicionado.

Depois de muita pesquisa, tinha várias praias que queríamos conhecer. Além disso, o objetivo era passar todo o dia seguinte numa praia, naquelas redes por cima da água.


Começámos por explorar a Cocoa Beach, uma praia linda com uma grande escultura de mão por cima da água.

Em seguida, dirigimo-nos a uma praia mais distante, a Peme e Thate. Para lá chegar, percorremos caminhos de terra.

A praia ainda estava em obras de remodelação, o que resultou em espreguiçadeiras gratuitas. Acabámos por ficar lá por um bom tempo.

Continuando a explorar, fomos a uma praia mais próxima do alojamento — a Ksamil Beach. Descobrimos que tinha lindas redes suspensas sobre a água, custando apenas 40€ por dia. A decisão foi unânime: no dia seguinte, passaríamos o dia naquela praia.


A última praia do dia foi a Bora Bora Beach. Era lindíssima, como todas as outras, cada uma com seu charme único. Todas ofereciam espreguiçadeiras, camas e guarda-sóis para alugar, mas sempre havia um espacinho para quem preferisse estender a toalha na areia sem custo. Os preços variavam de praia para praia, e tudo era negociável.

Como já se fazia tarde e ainda tínhamos compras a fazer para o almoço do dia seguinte na praia, voltamos para casa. Tomamos banho, preparamos as coisas e saímos para jantar.

Fomos a uma pizzaria perto de casa e, em seguida, a um bar para comer um gelado.

Como ainda não era tarde, continuámos a passear pela zona e acabámos por encontrar os bares à beira-mar, que eram bastante sofisticados e animados com música.

Dominados pelo cansaço, regressámos a casa para dormir.

Acordei às 5h da manhã, já estava dia. O céu estava nublado e havia previsão de chuva, mas não nos importámos. Chegámos à praia às 9h, pagámos a rede e passámos as melhores horas das nossas vidas a relaxar. Apesar do tempo encoberto, estava quente, a água estava ótima e, melhor ainda, estávamos praticamente sozinhos na praia.


Por volta das 15h/16h, começou a chover e a trovejar. Ficámos mais um pouco, mas quando a chuva intensificou, fomos para casa. Tomámos banho e, ao ver que o tempo começava a melhorar, voltámos para a praia — afinal, tínhamos a rede paga para o dia todo.

Na realidade, o tempo não melhorou quase nada. Ficámos mais uma hora lá a decidir o que fazer e embarcámos em mais uma aventura.

O João mete-nos em cada trapalhada! Fomos explorar mais de Ksamil, uma área com um lago e um castelo, onde havia uma travessia móvel para carros. A única opção era voltar para trás ou continuar por ali.

Aventureiros que somos, seguimos os outros carros para cima daquela plataforma de madeira. Cabiam cerca de 6 carros e, quando ela começou a andar, o senhor que a "conduzia" começou a pedir dinheiro — 7€ precisamente por meia dúzia de metros em cima de água. Não sabíamos que se pagava, mas não tivemos outro remédio senão pagar.

Perdidos e querendo voltar, percebemos que o caminho era muito longo. Tivemos de andar cerca de 1h30 para chegar a Ksamil outra vez, pois não íamos voltar a pagar. Mas até valeu a pena: percorremos mais montanhas, a cada volta subíamos mais e mais, parecia que estávamos a chegar ao topo. Vimos mais animais à solta pelo caminho e, o mais impressionante, não passava mais nenhum carro — éramos só nós ali.


O meu pensamento foi: "Se nos acontecer alguma coisa, ficamos aqui". Nem rede tínhamos. Mas correu tudo bem e chegámos a Ksamil.


Eram quase 19h e ainda estava de dia quando decidimos dar um último mergulho nas praias que ainda não tínhamos visitado.

Começámos pela Puerto Rico, que inicialmente seria a praia onde iríamos passar o dia inteiro na rede. Apenas o João mergulhou; eu já não estava com vontade de me molhar de praia em praia.

Era uma praia vibrante, cheia de música, barquinhos e diversão — realmente muito bonita.

A última praia foi a Paradise Beach — que praia mais linda, sofisticada e chique, também cheia de música! Foi aí que começou um misto de emoções: o último mergulho, o último dia em Ksamil, as férias maravilhosas a chegar ao fim.

A praia tinha uma vista de tirar o fôlego. Ficámos os dois a contemplar e a fazer uma retrospetiva da sorte que temos em poder conhecer sítios tão bonitos, em viajar e explorar parte do mundo. Ali percebemos que, apesar de um início de viagem complicado, conseguimos dar a volta por cima e aproveitar ao máximo o que aquele país tinha para nos oferecer. Foi naquele momento que, sem dúvida, decidimos que um dia teríamos de voltar à Albânia.

Regressámos ao alojamento. Era hora de fazer as malas para partirmos bem cedo no dia seguinte — afinal, ainda tínhamos 4 horas de viagem pela frente.

Um facto surpreendente sobre o alojamento: em geral, os albaneses não falam inglês (muitos falam grego ou italiano, dependendo da região). No nosso alojamento, quem comunicava connosco era a filha dos proprietários, uma menina adorável de 7 ou 8 anos. Ela falava um inglês perfeito, sempre nos cumprimentava ao entrarmos e sairmos — um verdadeiro amor de criança. As crianças ali parecem mesmo felizes; vimo-las frequentemente a brincar juntas na rua.


Na hora de regressar, saímos cedo para passar por Vlorë e almoçar lá. Gostámos tanto da cidade que quisemos visitá-la mais uma vez antes de partir, pois não sabíamos quando voltaríamos.


No caminho, já entre montanhas, vimos um senhor idoso à beira da estrada a pedir boleia. Parámos e convidámo-lo a entrar, mesmo sem percebermos bem para onde ele queria ir, pois falou connosco em albanês. Ele indicaria quando fosse para parar. Era um doce de senhor, que levámos até uma pequena aldeia no caminho. Como tudo ali é montanhoso, mesmo as distâncias curtas tornam-se longas e íngremes.


Confiámos no destino e demos boleia a um desconhecido...


Na verdade, demos boleia a dois. Mais à frente, encontrámos outro senhor que queria ir para Vlorë. Sendo bondosos e como íamos para lá, não nos custou nada levá-lo. Ao chegarmos a Vlorë, ele tentou dar-nos todas as moedas que tinha no bolso. Obviamente, recusámos. Primeiro, não nos custou nada levá-lo — não ficámos nem mais pobres nem mais ricos. Além disso, ele certamente precisava mais do dinheiro do que nós. Agradeceu-nos muito e seguimos cada um o seu caminho.


Voltámos ao mercado que visitámos no primeiro dia e comprámos souvenirs. Explorámos mais ruas e locais que não tínhamos visto antes. Depois, fomos almoçar um gyro num sítio diferente. O dono era um senhor muito querido, que logo se pôs a conversar connosco sobre futebol — era a altura do Euro.

Como ainda tínhamos algum tempo e já estávamos cansados de andar, decidimos ir até Durrës, que ficava a pouco mais de meia hora do aeroporto. Estacionámos o carro e percorremos uma avenida até à praia — uma praia extensa. No entanto, o calor era intenso e tínhamos de ir para o aeroporto. Então, voltámos atrás, comprámos mais lembranças e gelados, e seguimos para o aeroporto.

Esperámos que os balcões abrissem, pois todos tinham de passar por lá. Após passarmos a segurança, ficámos surpreendidos ao ver que mesmo dentro do aeroporto havia uma linda vista para as montanhas.

Prontos para seguir para um novo destino, Roma, com muita pena deixámos a Albânia, levando esse país no coração.

Foi, sem sombra de dúvida, uma viagem de sonho. Conhecemos lugares tão belos que pareciam irreais, e uma população muito simpática e atenciosa. Sentimo-nos acolhidos e em casa.

Ficou a promessa de que um dia voltaremos para fazer tudo aquilo que não fizemos desta vez!


14 de junho de 2024

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